quinta-feira, 10 de maio de 2012

EU E MEU SONHO ALIENÍGENA



EU E MEU SONHO ALIENÍGENA
(escrito por Luciane Aparecida Vieira – 10/05/2012 – 11:14h)

Aconteceu poucos meses após eu completar 15 anos e só hoje, aos 45, resolvi escrever tudo o que aconteceu naquela noite.
Aquele foi um dia como outro qualquer, e à noite eu e minha família fomos a uma festa de aniversário e voltamos tranquilamente para casa.
Era mais ou menos meia noite quando entramos em casa e fomos tranquilamente dormir.
Naquele dia fui colocando a cabeça no meu travesseiro e dormindo, e aí começou o que vou relatar abaixo...
Enquanto isto, bem acima de nossas cabeças, no céu da cidade de Uberlândia e se confundindo com o brilho de uma estrela comum, em uma nave espacial, dava-se a seguinte conversa:
- Já tomei minha decisão e vou descer até ela para dizer que existo! Não tente me convencer do contrário, meu irmão.
- Você sabe das consequências e perigos que podem existir caso você desça, e sabe que posso não poder lhe dar uma ajuda imediata, pois só estamos nós dois por aqui. Por favor: repense!
- Não há o que pensar! Ela precisa saber que existo e olho por ela! Pensará ser um sonho quando acordar... Não correrei riscos.
- O risco não são os terráqueos, mas sim essa instabilidade causada pelas últimas erupções do sol deste sistema. Isto pode atrapalhar nossos raios de teletransporte e você pode ter que ficar retido em uma forma semifluídica até que eu volte com auxílio. E só saberemos se haverá esta interferência quando tentarmos trazê-lo de volta. O melhor seria você apenas entrar em contato telepático.
- Mas ela ainda é muito jovem e não alcançaria o verdadeiro significado de um simples pensamento, pois é assim que os terráqueos encaram as mensagens telepáticas que lhes enviamos sempre. Já decidi e vou descer. Estou indo me preparar fisicamente. Você, por favor, prepare os controles para a transferência.
- Ok. Tenha cuidado, meu irmão. Estarei por aqui esperando seu sinal para trazê-lo de volta.
Vou aqui descrevê-los.
Darei nomes aos dois, embora tenham dito a mim, em meus sonhos, não ser importante. A importância real estava nos acontecimentos.
Na aparência os dois eram muito semelhantes, mas seus olhos eram únicos... brilhantes... Aqui na terra jamais se viu olhos como aqueles.
Danilo tinha olhos verdes... Mas eu nunca tinha visto este tom de verde em olhos humanos... Eles brilhavam... Olhos despejando luz e amor... Equilíbrio e tranquilidade... Cabelos com uma cor que eu não conseguiria definir aqui, mais parecendo fios de luz. Talvez o que melhor o descreveria seria as palavras Paz, Equilíbrio e muito Amor.
Daniel tinha olhos violeta... Olhos despejando amor e uma certa inquietude, mas também muita força interior e determinação. Olhos irradiando luz... Eu o descreveria como Amor, Paz e Inquietude... Uma vontade de mudar tudo para melhor... E nada o faria desistir de descer e encontrar e menina em questão... E esta menina era eu.
Ambos eram altos e sua beleza era transcendental...
Daniel se preparou e desceu na rua semi-iluminada e deserta. Tudo estava estranhamente parado e adormecido, coisa difícil de acontecer naquele local. Eram mais ou menos uma hora da madrugada... Não me lembro nem o dia ou mês.
Andou devagar e chegou ao portão de minha casa, o abriu sem ruídos, chegou à porta de minha casa e a abriu apenas com a força de seu pensamento.  
Todos dormiam profundamente por ali.
Ele entrou no quarto em que eu dormia com minhas irmãs e tia, me tocou para acordar, me fez sinal de silêncio e me pediu para segui-lo... e eu, como uma sonâmbula, assim o fiz, como se isto fosse algo normal de acontecer.
Quando chegamos do lado de fora de casa, nos sentamos no primeiro degrau da escadinha da entrada e começamos a conversar.
O engraçado era ele estar com uma forma enfumaçada, embora desse para ver como ele era exatamente, mas os seus olhos eram inesquecíveis e me transmitiram paz e segurança... Eu sabia estar a salvo com ele e nada de ruim me aconteceria.
De todas as palavras trocadas por nós, eu só lembro quando ele disse o seguinte:
- Você saberá que estivemos juntos, se lembrará de minha aparência e de detalhes pequenos, mas nossa conversa ficará apenas em seu subconsciente e apenas num futuro muito distante ainda será capaz de saber de meus ensinamentos. Meu tempo está acabando e daqui a pouco meu irmão ativará o aparelho para que eu volte para a nave e voltemos para nosso mundo. Mas isto deve se lembrar: em um ano eu voltarei para vê-la uma vez mais. Todas as suas lembranças desta noite serão como um sonho apenas e somente você se lembrará dela.
Mas de repente ele tira um aparelhinho do bolso, aperta um botão e ouvimos a seguinte mensagem:
- Daniel: aconteceu! A energia radioativa do sol deste sistema está impedindo a ativação do transporte para sua volta. Vou ter que buscar reforço. Você terá que ficar nesta forma diáfana até minha volta. Amanhã à noite estarei de volta. Enquanto isto se esconda.
Nem preciso dizer que achei ótimo este acontecimento, pois permitia ficarmos juntos por um dia inteiro...
Devido a seus dons telepáticos, foi fácil para ele se fazer invisível aos olhos de minha família durante o dia, mas à noite ele já não conseguiria manter isto, e então eu arrumei uma roupa comum para ele usar, mas sua forma transparente era um problema a se resolver...
Mas ele quis dar uma volta para conhecer o lugar onde eu morava e lá fui eu levá-lo até a casa de uma amiga, bem pertinho... Mas as ruas não estavam tão vazias, pois ainda eram 8 horas da noite... e notaram a transparência dele, e começaram a correr atrás de nós. Nisto a Elaine (minha grande amiga da adolescência) foi conosco, pois no decorrer do dia eu havia contado a minha aventura e ela estava curiosa.
Não sei bem como, mas já estavam quase nos pegando quando parou um carro conversível ao nosso lado e alguém disse:
- Entrem logo! Temos que ir para o portal de onde há uma base para pouso e decolagem de nossas naves aqui em seu local de moradia... mas o principal é: temos que fugir deste pessoal. Mas não se preocupem, pois daqui a minutos todos eles se esquecerão porque estão correndo. Não se lembrarão nem mesmo atrás de que... – e deu um sorriso que iluminou tudo.
Ele se apresentou como Danilo, irmão de Daniel.
Elaine se encantou com ele...
Vou aqui fazer um aparte: eu só senti pelo Daniel um profundo carinho, uma irmandade perfeita, algo que apenas hoje, 30 anos depois, consigo definir como uma forma de amor puro e sem apego.
Saímos da rua I, passamos pela rua CP, entramos na avenida RB e fomos pela rua CAA (um forte declive) e atravessamos a avenida RP... Quando atravessamos tal avenida, passamos por um portal... Ali, que eu já havia cruzado tantas vezes para ir à casa de uma de minhas tias, se tornou completamente diferente, pois sumiram todas as casas e surgiu um local com equipamentos nunca antes vistos...
Nos mostraram rapidamente tudo por ali e, em determinado momento, Daniel se virou para mim e disse:
- Não se esqueça: em um ano voltarei para vê-la...
Daí ele tocou em minha face...
Neste mesmo momento, vi Danilo tocando a face de Elaine...
E, de repente, acordei em minha cama, antes de todos em minha casa.
Corri para a porta, abri sem chaves e olhei para o céu... mas não havia nada por ali.
Só vi que as chaves da casa estavam do lado de fora da porta quando fui entrar para dentro...
Meu pai aparentemente não tirou as chaves da porta após abri-la para entrarmos na noite anterior.
Encarei tudo isto como um sonho louco terminado por ali... e passei um bom tempo sem me lembrar até que, exatamente um ano depois, olhando para o céu, vi uma nave pairando sobre minha casa...
Neste momento toda minha família foi dormir e me deixaram sozinha do lado de fora... e eu olhando aquela nave enorme bem acima de mim, e me sentindo calma e feliz...
Apareceu um tubo de luz aos meus pés e eu, calmamente, caminhei e me posicionei ali... e fui sugada para dentro da nave onde estavam Daniel e Danilo.
Daniel estava cumprindo a promessa feita um ano antes.
Apenas lembro ter sido encaminhada ao painel de controles, onde me foram mostradas várias fotos em holograma 3 D, onde Daniel disse:
- Esses são nossos familiares: meu, de Danilo e seus. Um dia estaremos todos juntos novamente, mas por hora é necessário estarmos separados pela distância das estrelas. Precisamos evoluir e levar a evolução a outros mundos. Mas nunca se esqueça: um dia estaremos juntos novamente, minha irmã. Não tenho mais permissão de estar vindo aqui, mas lembre-se: estamos sempre nos corações uns dos outros e precisamos cumprir nosso destino. Um dia estaremos juntos. Agora te enviarei novamente para sua cama e novamente acordará com a sensação de ter tido um sonho, mas desta vez você não se esquecerá definitivamente e quando chegar a hora de contar sua experiência para o mundo, você se recordará do necessário e escreverá a experiência de sua alma. Será algo simples... uma fantasia... mas você saberá, no fundo de sua alma, ter sido verdadeiro...
Ele beijou minha face...
Danilo também chegou até mim, tocou meu rosto com as pontas de seus dedos com muito carinho e disse-me:
- Cuide-se, irmãzinha. Sua vida aqui será muito difícil, mas você conseguirá vencer. Que as Forças Cósmicas a ajudem sempre.
Ele também deu-me um beijo na face e eu adormeci...
Quando acordei estava em minha cama, sem saber como havia chegado ali.
Todos em minha casa dormiam profundamente...
E a vida tomou seu rumo natural...





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